Leucemia mieloide aguda: quais exames detectam o câncer que afeta a influenciadora Fabiana Justus?

20 de fevereiro de 2024
0 Comentários

A doença apresenta uma característica agressiva, necessitando de intervenção imediata após a confirmação do diagnóstico

Recentemente, a influenciadora digital Fabiana Justus compartilhou em sua conta no Instagram a notícia de que foi diagnosticada com uma forma específica de leucemia, a Leucemia Mieloide Aguda (LMA). A LMA é uma condição rara que afeta a medula óssea, a “Fábrica do Sangue”. De acordo com o Hematologista do Itaigara Memorial, Caio do Espírito Santo, as leucemias são categorizadas de acordo com a linhagem e o grau de maturação de suas células progenitoras. “Essas células progenitoras, que darão origem às células do sangue, podem ser de origem linfoide ou mieloide e podem se apresentar com duas formas clínicas principais, com sinais e sintomas diferentes entre si: a crônica, caracterizada por um desenvolvimento mais gradual e, frequentemente, sem necessidade imediata de tratamento ao diagnóstico; e a aguda, na qual as células cancerígenas se proliferam rapidamente, exigindo início imediato do tratamento”. Na leucemia mieloide aguda, as células-tronco mieloides sofrem diversas alterações genéticas. “Durante esse processo, ocorre a formação de blastos, que são células que não alcançam a maturação adequada, proliferam descontroladamente e dificultam o desenvolvimento das células saudáveis”, explica o especialista. O Hematologista Caio do Espírito Santo explica que os sinais da leucemia mieloide aguda frequentemente surgem em um curto período de tempo em relação ao surgimento da doença – dias ou semanas antes do diagnóstico. “Os sintomas iniciais, predominantemente resultantes da alteração na produção de células sanguíneas incluem anemia (redução na produção de células vermelhas do sangue), trombocitopenia (diminuição da contagem de plaquetas) e granulocitopenia (baixa produção de células brancas de defesa)”. Por isso, os sintomas mais frequentes são anemia, sangramento e infecção.

O diagnóstico é estabelecido por meio da avaliação clínica, exames sanguíneos e é confirmado por análises da medula óssea, afirma o hematologista. “Enquanto os exames de sangue fornecem uma avaliação da contagem periférica de células sanguíneas, a avaliação do material da medula óssea é fundamental para analisar as características das células doentes além da classificação adequada possibilitando a escolha do melhor tratamento”. Essa avaliação pode ser feita através da coleta do aspirado do líquido presente na medula óssea e da biópsia de medula óssea, devendo a indicação ser individualizada. “Esse procedimento é invasivo e pode ser desconfortável para alguns pacientes. Hoje temos técnicas que podem ajudar a reduzir ou abolir tal desconforto. Além disso, em algumas situações, pode ser necessária a análise do líquido cefalorraquidiano (presente na espinha dorsal). É importante ressaltar que o diagnóstico precoce contribui para uma rápida decisão de tratamento. “Ao identificar com precisão a condição de saúde do paciente, os profissionais de saúde podem avaliar a repercussão da doença, prever possíveis complicações e personalizar a abordagem terapêutica. Isso permite a escolha de intervenções mais eficazes, visando não apenas à remissão da doença, mas também à qualidade de vida do paciente durante e após o tratamento”. O Itaigara Memorial realiza o exame de mielograma e a Biopsia de Medula Óssea e possui uma equipe de Hematologistas capacitada para a realização desses procedimentos.