Abril Roxo: por que a detecção precoce da adenomiose é tão importante?

9 de abril de 2024
0 Comentários

Radiologista especializado em diagnóstico da mulher e diretor médico da Clínica de Saúde e Imagem (CSI), João Rafael Carneiro explica os exames mais importantes para diagnosticar a doença

Em meio ao cotidiano agitado, muitas mulheres deixam os cuidados com a saúde em segundo plano. Assim, doenças silenciosas ganham espaço para atingi-las e afetar o seu bem-estar. Esse é o caso da adenomiose, condição caracterizada pela presença anormal do tecido endometrial na cavidade uterina, que, se descoberta em um estágio avançado, pode afetar até a fertilidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adenomiose afeta 1 a cada 10 mulheres no mundo e pode levar anos para ser diagnosticada. Por isso, em prol de conscientizar a população sobre a enfermidade, a campanha Abril Roxo foi criada e chama atenção para a importância do diagnóstico precoce do problema.  Segundo o radiologista especializado em diagnóstico da mulher e diretor médico da Clínica de Saúde e Imagem (CSI), João Rafael Carneiro, “a identificação da doença nos estágios iniciais permite um tratamento mais eficaz e acelera o retorno à saúde, além de desempenhar um papel fundamental na prevenção da evolução do quadro”.  Caso a adenomiose seja descoberta em um estágio avançado, João Rafael explica que a fertilidade pode ser afetada. “Isso porque, a doença pode prejudicar a cavidade uterina, causando um processo inflamatório que dificulta a fixação do embrião no útero, ou seja, a gravidez. Então, é muito importante a realização dos exames de imagem, de forma preventiva, e o acompanhamento ginecológico regular”, diz o radiologista. Entre os exames que podem ajudar a identificar a adenomiose estão a ultrassonografia transvaginal e a ressonância Magnética da pelve. De acordo com João Rafael, são exames que proporcionam uma investigação mais acurada do problema, ajudando o ginecologista a diagnosticar se é a adenomiose que está afetando o bem-estar da paciente ou outras doenças relacionadas que também comprometem a saúde feminina. 
 
“Por ser uma doença marcada pela falta de padrão em relação a sua origem e sintomatologia, a adenomiose tem um diagnóstico mais difícil. Sendo assim, contar com o olhar apurado de um médico especialista é importante para diagnosticar a doença”, ressalta o médico. Além disso, o especialista destaca a importância de analisar o contexto clínico global, muitas vezes realizando outros exames que também podem ajudar no diagnóstico diferencial da adenomiose. São eles os exames laboratoriais, incluindo pesquisa de infecções sexualmente transmissíveis, a exemplo de exames para pesquisa de clamídia e/ou gonorreia. Em alguns casos pode ser necessário procedimentos como histeroscopia, que é a cirurgia de retirada do útero. “Embora não sejam indicações para a descoberta direta da adenomiose, esses exames ajudam a excluírem a suspeita de outras doenças e, também, avaliar a condição clínica da paciente”, diz João Rafael.