Casa Vogue de julho mostra as moradas de Malene Barlett, Fabiola Di Virgilio e Andrea Rosso
Cor, design autoral e arte imprimem identidade às residências dos criativos em Nova York e Milão
Na edição de julho da revista Casa Vogue, na seção Universo, duas residências se destacam pelas cores, design autoral e arte – recursos fundamentais para imprimir identidade aos projetos de interiores. A primeira delas, intitulada “Espelho da alma”, é uma townhouse, e pertence a artista multidisciplinar e designer têxtil Malene Barlett. Guiada pelas raízes ancestrais e por seu trabalho de conscientização sobre a desigualdade racial, ela sentia a necessidade de traduzir sua verdadeira essência no lar que habita, no Brooklyn, Nova York. “Eu desejava um espaço que realmente refletisse onde estou como artista, como designer e como mulher”, confessa.
Assim, com a ajuda do designer de interiores Leyden Lewis, a artista reformulou seu lar. Para onde quer que se olhe, sua personalidade se faz presente. O ponto de partida para a decoração, inclusive, foi a escolha dos papéis de parede, provenientes da coleção que a artista criou para a marca californiana Lulu and Georgia. O conjunto da obra não poderia ter outro resultado: belíssimo, como a trajetória da própria moradora. Já em Milão, Itália, Di Virgilio, diretora artística de uma plataforma editorial online, e Andrea Rosso, diretor criativo da Diesel Living, formam um casal que ama viajar e experimentar – a mais recente criação da dupla é a marca conceitual de utilidades domésticas artesanais RedDuo, nascida dentro deste lar.
Depois de visitar mais de 60 imóveis diferentes, eles se sentiram atraídos pelo layout do espaço, visto pela primeira vez em um tour virtual. O imóvel funcionava como uma marcenaria nos anos 1960, erguida sobre a laje de um edifício preexistente. Já havia passado por uma reforma, porém era preciso mais. Após a chancela do amigo, o arquiteto Andrea Caputo, concretizou-a compra. No interior, demoliu-se quase tudo, exceto a escadaria de alvenaria que conduz ao núcleo da casa. Enquanto o primeiro andar continua em obras, Caputo concebeu o segundo pavimento como um volume duplo: na parte inferior, um generoso ambiente social integrado com a cozinha por painéis deslizantes de palhinha.
A estética japonesa contemporânea influencia a calmaria predominante – notada nos elementos naturais e nos traços limpos da marcenaria planejada. No décor, lustres e luminárias, em sua maioria das décadas de 1960 e 70. Para arrematar, cerâmicas e tecidos artesanais, que garantem cor e textura, levam a assinatura da dupla.