Empreendedores da periferia mostram que conhecimento adquirido em cursos impulsionam seus negócios

12 de julho de 2024
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Projeto “Brasil Mais Empreendedor” contribuiu para alavancar vendas, formalizar negócios e tirar ideias do papel

Nos últimos anos, o empreendedorismo tem se consolidado como uma força motriz nas comunidades periféricas. Seja por necessidade ou oportunidade, dados recentes revelam um crescimento significativo no número de pequenos negócios e iniciativas econômicas nessas áreas, refletindo um movimento de resiliência e inovação em um contexto desafiador. Uma pesquisa realizada pelo Data Favela 2023 revela que nas periferias do Brasil existem atualmente 5,2 milhões de empreendedores, além de outros 6 milhões de indivíduos com planos de iniciar seus próprios negócios. O estudo também aponta que 70% dessas pessoas têm a intenção de estabelecer seus negócios dentro de suas próprias comunidades, porém apenas 37% dos negócios existentes são formalizados, ou seja, possuem o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Pensando em contribuir no desenvolvimento de negócios periféricos e impulsionar a criação de novas ideias empreendedoras, o projeto Brasil Mais Empreendedor, realizado pela Conaje, em parceria com o Ministério do Empreendedorismo, realizou uma formação com aulas gratuitas e acompanhamento com especialistas em 12 bairros de Salvador. O projeto passou pelos bairros Doron, Santa Cruz, Periperi, Garcia, Castelo Branco, Itapuã, Pirajá, Uruguai, São Marcos, Cosme de Farias, Praia Grande e Itacaranha, impactando positivamente mais de 300 empreendedores. De ideias que saíram do papel a empreendedores que aumentaram faturamento e abriram novas unidades, conheça a história de alguns deles. “São histórias de pessoas que estavam muito desacreditadas e que o projeto os impulsionou. Muitos começaram a se organizar, fazer mudanças e mensurar os resultados. Antes eles não sabiam nem quanto faturavam, não sabiam o diferencial entre faturamento e lucro. Então eles começam a ter esse conhecimento e uma vez que eles aplicam, conseguem gerir muito melhor o negócio deles e ter melhores resultados”, revela Juliana Fortunando, Coordenadora de Projetos da Associação de Jovens Empreendedores da Bahia, que acompanhou as turmas.

Carlos Geovane, do bairro de Itacaranha, no Subúrbio de Salvador, conta que empreender sempre foi um sonho e que desde criança demonstrava habilidade em negociar. “Com 8 anos eu pegava bala e doce de aniversário para vender e dobrava a estimativa do valor”. Mas foi com o apoio do projeto que Carlos realmente se sentiu seguro para abrir seu primeiro negócio, a “Toque Único”, empresa especializada em pintura com efeito mármore. “Eu tinha um dinheiro guardado para investir, mas não sabia por onde começar. As aulas e consultorias foram determinantes para eu poder ter uma direção. Estou muito feliz de tirar uma ideia do papel e ver meu negócio concretizado”. Gislaine Silva, participou da 1ª turma no Cabula e apesar de já ter um negócio estruturado há alguns anos, tinha muitas pendências na administração da sua microempresa. Dona da loja de fantasias e acessórios infantis “Mel e Mar”, a soteropolitana é mãe solo das gêmeas Melissa e Marcele – inspiração para o nome da loja. “O curso foi um divisor de águas. São aspectos que achamos que sabemos ou que não têm necessidade, e eu percebi que não sabia. Aprendi muito mais do que esperava, como questões de precificação, marketing digital, mentorias que trouxeram um novo olhar para o meu negócio, novas ideias e coisas que eu ainda não havia pensado. Este é um projeto que só tem a agregar, seja para quem está começando ou para quem já está no mercado”, relatou a empreendedora.

De Castelo Branco, Rodrigo Morais, começou a empreender por necessidade, devido a dificuldade em encontrar um emprego formal. Antes de participar do projeto se via como um autônomo que atua no comércio, até aprender que poderia formalizar seu negócio e aprimorar sua administração. Foi assim que ele passou do “rapaz que vende água”, para o gestor da empresa “Point da Água”, abriu cnpj, criou logo, investiu na comunicação em redes sociais e no marketing. “Agora estou mais conhecido aqui na minha área, sou referência no meu produto e serviço e já abri a segunda unidade da minha distribuidora”. O projeto é realizado pela Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) em parceria, por meio de termo de fomento, com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo, vinculada ao Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e conta com a coordenação técnica da Associação de Jovens Empreendedores da Bahia (Aje-Ba).

Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa