Escolas públicas de Salvador e Mata de São João recebem projeto que trabalha contribuições indígenas e afro-brasileiras na formação do Brasil

“Era Uma Vez…Brasil” lança sua 9º edição na Bahia e levará professores e estudantes da rede municipal para intercâmbio em Portugal

Por quem a História do Brasil é verdadeiramente contada? É provocando esse questionamento que o “Era Uma Vez…Brasil”, projeto de arte-educação voltado para estudantes e professores de História do oitavo ano da rede pública de ensino, chega à sua nona edição em 2025 trabalhando o recorte temático “Quem conta a nossa história? A participação indígena e afro-brasileira na formação do Brasil”. Há nove anos, a iniciativa reconta a História do Brasil para além do que está posto nos livros didáticos tradicionais em escolas públicas brasileiras. A nona edição do projeto iniciou suas atividades agora, nos meses de março e abril, dando início à primeira das quatro etapas da iniciativa. O projeto tem inscrições abertas para professores e alunos interessados que integrem o corpo docente e discente nas escolas participantes de Salvador e Mata de São João.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Marcando o ato inicial da primeira de quatro fases do projeto, a etapa “Fatos Históricos” já deu início à uma sequência de encontros formativos dos professores participantes, com objetivo de sensibilizar e preparar os docentes para trabalharem o tema da do projeto junto com os alunos em sala de aula. Para professores já inscritos de Salvador e Mata de São João, os encontros começaram no dia 20 de março, com a aula “Trajetórias e contextos: perspectiva geral de abordagem”, do professor Luan Alves, responsável pela proposta pedagógica do EUVB nesta nona edição. O encontro buscou facilitar a criação de ferramentas que permitam conectar narrativas de trajetórias ao contexto histórico do Brasil, destacando trajetórias de pessoas negras e indígenas, evidenciando as influências sociais, políticas, econômicas e culturais sobre as mesmas. Em “Intelectuais e ativistas negras, negros e indígenas na construção do Brasil”, formação do dia 27 de março, a professora e especialista em ensino de História Antirracista Victóri Paixão relacionou as produções intelectuais de afro-brasileiros e indígenas às histórias e demandas dessas populações, por meio da análise de trajetórias de pensadores e pensadoras ao longo da história do Brasil, conectando-as com suas atuações e lutas.

HERANÇA, APRENDIZADO E QUADRINHOS
Os próximos encontros acontecem nos dias 10 de abril, com o professor e influenciador Matheus Buente, que conduzirá um papo sobre “Qual a cor da arte brasileira?”, seguido no dia 24/04 por Sávio Lima, doutorando em História e Ficção nas Representações Políticas nas histórias em quadrinhos, na atividade “Sensibilização e técnica de história em quadrinhos”. Em maio, no dia 5, Allana Perônio, especialista em História Social pela Linha África e Diáspora, trará à formação o tema “As ciências, os corpos negros e o Brasil” e, fechando os encontros formativos, no dia 15 de maio, a escritora e ativista indígena Geni Núñez falará sobre “Pindorama e Brasil: o legado de lutas e resistências indígenas”.

ETAPAS
Realizado pela Origem Produções, o “Era Uma Vez…Brasil” é realizado em quatro etapas que acompanham o calendário letivo das escolas. Em 2025, o projeto mobiliza, simultaneamente, as redes de ensino de quatro estados e 14 cidades brasileiras. Na Bahia, além de Salvador e Mata de São João, o projeto é realizado também em Jacobina. Para viabilizar atividades durante todo o ano, a iniciativa conta com parcerias importantes das Secretarias Municipais de Educação das cidades participantes e patrocínio de Grupo Moura, Jacobina Mineração, Lwart Soluções Ambientais, Rodonaves, Rocha e Zilor Energia e Alimentos. O “Era Uma Vez… Brasil” conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Em oitos anos consecutivos de projeto, foram beneficiados mais de 22,6 mil adolescentes de mais de 500 escolas públicas localizadas em 35 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Foto: divulgação