I Corrida/Caminhada ‘pela Saúde do Pulmão’ estimula conscientização sobre câncer de pulmão
Ação está marcada para 20 de agosto com saída do Farol da Barra
A prevenção e o combate ao câncer de pulmão, um dos tipos de tumor maligno mais letais do mundo, serão o foco da I Corrida/Caminhada ‘pela Saúde do Pulmão’, que acontecerá no próximo dia 20, em Salvador. Voltado para profissionais de saúde; pacientes tratados por câncer de pulmão; população com fatores de risco para a doença; e seus familiares, o evento contempla um percurso de cinco quilômetros, saindo da orla da Barra em direção à Ondina. A concentração no Farol está marcada para às 7 horas, quando será iniciada a distribuição das camisas pelos organizadores: o Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR) e a Clínica INOVA. Além da assessoria esportiva da Triação, os participantes serão contemplados com um café da manhã saudável. Para participar, os interessados devem entregar aos organizadores um ou mais donativos da lista de necessidades do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GAAC): alimentos, materiais de limpeza, itens de higiene e utensílios. Todos os itens arrecadados serão entregues ao GACC após o evento. Para não errar na escolha dos itens a serem doados, uma boa pedida é entrar em contato com a própria instituição beneficiada através do telefone (71) 3399-2020.
Instituída em 2017, a campanha ‘Agosto Branco’ chama a atenção para a prevenção do câncer de pulmão, doença que só no ano de 2020 levou 1,7 milhão de pessoas à morte em todo o mundo, sendo mais de 30 mil apenas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Entre os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão o tabagismo, a poluição do ar e o contato com substâncias químicas como o asbesto (amianto) e derivados da queima de petróleo, além do histórico familiar de câncer.
De acordo com o cirurgião torácico do IBCR, Pedro Henrique Leite, o principal fator de risco é o tabagismo, já que 85% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao fumo direto do tabaco. “Entre os 15% dos pacientes que nunca fumaram, destacam-se fatores genéticos, poluição ambiental e exposição a determinados gases e metais pesados, principalmente no trabalho. O número de fumantes passivos, que são aqueles que convivem com pessoas fumantes, também é expressivo entre os pacientes diagnosticados”, destacou.
Ainda de acordo com o especialista em Cirurgia Torácica Oncológica, os principais sintomas do câncer de pulmão são: tosse por mais de um mês, com presença de sangue ou com piora progressiva; dor torácica persistente não associada a traumas; falta de ar e dificuldade para respirar; perda de peso inexplicada e não intencional. “O câncer de pulmão normalmente é silencioso e apenas diagnosticado em estágios avançados. Por isso a mortalidade é alta”, frisou Pedro Henrique Leite.
Como os sintomas iniciais não são muito claros e aparecem tardiamente, é comum que pacientes descubram o tumor ao investigar outras condições, como a Covid-19, por exemplo. Durante a pandemia, inclusive, foram diagnosticados muitos tumores incidentalmente, por conta do aumento na quantidade de exames de imagem, como tomografia, realizados em pacientes com suspeita de infecção por Covid-19. A detecção precoce, por sua vez, amplia muito as chances de um tratamento efetivo.
A principal prevenção é parar de fumar, atitude que também reduz os riscos de câncer de bexiga, de boca, de pâncreas, entre outros. A prática de atividades físicas, o sono regular, o controle de peso e a manutenção de uma alimentação saudável também contribuem para evitar a doença. “Para quem é fumante ou fumou no passado, a orientação é manter consultas regulares com médico pneumologista e a realização de tomografias de rastreamento para aumentar as chances de um diagnóstico precoce”, destacou Pedro Henrique Leite.
O cirurgião torácico explicou, ainda, que apesar da tendência à diminuição mundial do tabagismo, a rápida propagação do uso de cigarros eletrônicos, principalmente entre os jovens, tem gerado uma grande preocupação entre as entidades médicas. “Conhecidos como vaporizadores, esses dispositivos apresentam potencial de dependência da nicotina ainda maior do que o do cigarro comum, além de provocarem, em curto prazo, danos respiratórios e cardiovasculares”, frisou.
De acordo com Pedro Henrique Leite, apesar dos grandes avanços no tratamento do câncer de pulmão, apenas uma pequena parcela dos pacientes pode ser submetida à terapia com intuito curativo. No Brasil, aproximadamente 70% dos pacientes apresentam doença localmente avançada ou metastática no momento do diagnóstico. “A legislação anti tabagismo e as campanhas educativas devem ser intensificadas. Diminuir o tempo de diagnóstico e melhorar o acesso a serviços de saúde especializados também são algumas das necessidades mais importantes no combate ao câncer de pulmão e na melhoria dos resultados terapêuticos”, finalizou o especialista.