Ressignificação para mães atípicas e transformação feminina sob a visão de Joana Damásio
Ano Novo chegando e com ele inicia uma nova jornada para as mulheres, sobretudo as mães. É o momento de colocar conquistas, superações e barreiras na balança e se preparar para definir novas metas.
Segundo a empreendedora, palestrante, gestora social e mãe atípica, Joana diz que o universo feminino passa por um momento de transição importante e a chave é aprender a ressignificar hábitos e rotinas, fortalecer a rede de apoio, investir no autocuidado, e partir de mente e coração abertos para o novo ciclo que se inicia em 2025. “O aprendizado a partir da ressignificação é que vai auxiliar as mulheres a passarem por este momento transitório, em que urge uma mudança cultural, que será determinante para novas gerações, em que conviver com a diversidade será um único caminho possível”, pontuou Joana. Mãe de Alice, 13 anos, e de Gabriela, 9, que nasceu com microcefalia por conta do surto do Zika Vírus em 2015. Joana, que também é co-autora dos livros “Potência Materna” e “Narrativas de mãe”, o importante é pensar no que a mãe, mulher, profissional, dona de casa, esposa, teve como superação em 2024 para servir de inspiração para que o que ainda precisa ser superado. “Às vezes só conseguimos isso, quando ressignificamos um fato, acontecimento ou sentimento que não nos impulsiona a algo positivo e construtivo”, explica relembrando momentos difíceis que passou com a filha que nasceu com microcefalia, acabou se tornando uma força em sua vida, a fez fundar uma ONG que hoje atende mais de 330 famílias atípicas, a tornou uma referência na luta pela inclusão enquanto presidente da entidade por sete anos seguidos, e deu um novo significado para a maternidade atípica. Conforme relata, a maternidade por si só já despertou nela uma habilidade até então desconhecida, com a primeira gravidez. Joana conta que não se sentia capaz de ser mãe e a convivência com outras mulheres ajudou a perceber a importância de dividir dores e angústias, exemplificando a importância da rede de apoio. Apesar dos inúmeros desafios, barreiras, tropeços, das surpresas e dificuldades, ela diz que não desistiu, usou de sua capacidade de adaptação, buscou multiplicar suas experiências de vida apoiando outras mulheres, acreditando na potência que existe quando estão unidas e no autocuidado, buscando espaços para se colocar no centro de sua própria vida. Hoje, conduz grupos de mulheres nos quais se destaca a força da união e a importância de compartilhar experiências. A proposta é uma reconexão com a essência e a força feminina, permitindo encarar as adversidades diárias com mais leveza, amorosidade e criatividade. Tudo isso sem abandonar sua principal bandeira, que acredita ser o segredo para um futuro próspero das novas gerações: a inclusão.
Natural de Salvador e formada em Turismo com especializações em Marketing e Educação Inclusiva, estudante de Psicologia, Joana conta que não foi fácil aceitar quando descobriu que a sua bebê não estava com o desenvolvimento esperado. “O que mais me ajudou na época foi o grupo de mães com quem convivi, que estava passando pela mesma situação”, completa ao pontuar premiações que já recebeu por essa trajetória como o Barra Mulher e a Comenda Dois de Julho, da Assembleia Legislativa da Bahia. Além disso, Joana ministrou mais de 30 palestras pelo Brasil, escreveu artigos e participou de dezenas de eventos das áreas de Educação e Saúde. O ano de 2025 foi decretado pela Organização das Nações Unidas como o ano do cooperativismo e, também, é o “Ano da Esperança” anunciado pelo Papa Francisco para marcar a passagem do Jubileu da Igreja Católica. Motivações que trazem o positivo a esse final de ano; a chegada de um novo ciclo por si já demanda uma parada para reflexão. “Nós, mulheres, precisamos nos dar ao direito de ter essa parada e seguir para florescer cada vez mais em 2025”.
Foto: divulgação